26/06/09

O Senhor Jesus continua a enviar... Por Cunha Sério

Quando o Senhor Jesus Se despediu dos Apóstolos, mandou-lhes que assumissem uma obrigação: “Ide por todo o mundo, anunciai a Boa Nova a todas as nações, baptizai-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a observar tudo quanto vos mandei. E Eu ficarei convosco até à consumação dos séculos”.

Desde então, logo após o Pentecostes iniciou-se a pregação apostólica, activa até aos nossos dias, e a prolongar-se na história até ao fim do mundo.

Naturalmente, à medida que o Reino de Deus se alargava, necessário era prosseguir o mandato do Mestre e, conforme se ia apagando a vida dos primeiros enviados, deveriam comunicar a alguém os poderes salvíficos recebidos do Redentor dos homens.

E a memória aí ficou nos livros santos: “Separai-me Barnabé e Saulo para a obra a que os destinei” – disse-lhes o Espírito Santo.”Depois de terem jejuado e orado, impuseram-lhes as mãos e despediram-nos”.

Começam os sucessores dos Apóstolos a caminhar pelo mundo além, como diz o texto: “Eles, pois, enviados pelo Espírito Santo, foram a Selêucia e dali navegaram para Chipre. Quando chegaram a Salamina pregaram a Palavra de Deus...”

A vida da Igreja continua no mesmo ritmo e idênticos moldes, pois S. Paulo fala ao discípulo Timóteo: “Não descuides o dom espiritual que há em ti, que te foi dado em virtude de uma profecia, pela imposição das mãos dos anciãos”; e em outra carta o avisa: “Exorto-te a que reavivas a graça de Deus que está em ti pela imposição das minhas mãos”.

Por outro, lado tanto a este discípulo como a Tito, transmite-lhes as normas próprias para se escolherem os anciãos e os diáconos que haverão de pastorear as comunidades cristãs.

Ficou na lembrança até hoje o rito da imposição das mãos a significar a transmissão das graças do Espírito Santo que transformavam o íntimo dos cristãos, tornando-os em dirigentes da Igreja de Deus. Não ficou escrita a oração consecratória cujo texto mais antigo encontramos no documento de S. Hipólito chamado ‘Traditio apostolica’ do princípio do século III, pedindo a Deus o espírito da graça e do conselho que ajude os presbíteros a governar o povo de Deus.

Ao rito de transmitir a outrem a missão confiada pelo Senhor aos Apóstolos chama-se ordem assim definida pelo Catecismo da Igreja Católica: “A Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo aos Apóstolos continua a ser exercida na Igreja, até ao fim dos tempos; é portanto o sacramento do ministério apostólico”.

Pela alta Idade Média, foram-se precisando as fórmulas e os gestos através dos quais se ordenavam os ministros das comunidades, nos seus diferentes graus de bispos, presbíteros e diáconos, que se foram aperfeiçoando até aos nossos dias.

Hoje, no rito latino, o essencial será a imposição das mãos e a oração proferida pelo bispo que, no caso da ordenação dos padres, é: “Nós Vos pedimos, Pai todo-poderoso, constituí estes vossos servos na dignidade de presbíteros, renovai em seus corações o Espírito de santidade; obtenham, ó Deus, o segundo grau da Ordem sacerdotal que de Vós procede, e a sua vida seja exemplo para todos”.

A fim de enquadrar e melhor traduzir este sacramento, o rito próprio desenvolve-se em várias partes, explicitando tanto para os ordenandos como para os fiéis as suas funções e deveres.

Ainda antes da homilia, faz-se a eleição dos que recebem as sagradas ordens. Depois de se aproximarem do Presidente Ordenante, são apresentados e este averigua acerca da

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